Afinal o que são?
Também conhecidos como desreguladores ou interferentes endócrinos. São substâncias químicas que alteram e bagunçam todos os nossos hormônios e a função deles.
Eles podem agir substituindo, bloqueando, aumentando ou diminuindo a quantidade de hormônios em nosso corpo, causando alteração da função endócrina, principalmente da função sexual e reprodutiva.
Podem ser naturais, isto é, encontrados em vegetais, cereais e plantas, mas são principalmente químicos produzidos sinteticamente, presentes em produtos de uso do dia-a-dia.
Os desreguladores químicos são eliminados com muita dificuldade de nosso organismo, acumulando-se e agindo como se fossem hormônios naturalmente produzidos pelas nossas glândulas, podendo alterar o funcionamento do organismo. Já os desreguladores naturais não se acumulam no organismo e são rapidamente eliminados.
Onde são encontrados?
Eles estão presentes em toda parte: em nossas casas, no escritório, no campo, no ar que respiramos, nos brinquedos, nos cosméticos, nos alimentos que comemos e na água que bebemos. Ou seja, estão presentes em praticamente TUDO aquilo que faz parte da nossa vida.
Lembra da polêmica dos potes de plásticos e dos BPAs? Pois então, é um dos desreguladores que ganhou sua fama anos atrás! Hoje, a maioria dos produtos vem aquele selo “BPA free”.
Porque devemos nos preocupar com isso?
Nos últimos 20 anos temos visto um aumento significativo nas doenças hormonais em crianças e adolescentes. E mais, não só as doenças endócrinas, mas também cânceres, distúrbios neurológicos, distúrbios de desenvolvimento, doenças autoimunes, infertilidade, puberdade precoce e por aí vai.
Constantemente estamos buscando respostas para esse fenômeno e até agora não sabemos por que está acontecendo isso. A tendência é mundial, inclusive vários países já proibiram determinadas substâncias.
Com o avanço do conhecimento e dos estudos, observamos que diversos produtos químicos que usamos todos os dias, o tempo todo podem mexer com os nossos hormônios, ou seja, são desreguladores endócrinos. Para você saber, a maioria desses estudos não são feitos em humanos e não sabemos se existem doses seguras. então não sabemos bem qual é o real impacto disso: será que é menos ou maior do que acreditamos?
E agora, o que fazer?
Primeiro de tudo, calma! Não é para desesperar e nem ficar se culpando! Estamos aqui para ter cada vez mais conhecimento, mas acima de tudo, CONSCIÊNCIA sobre a nossa vida. Se pudermos fazer melhores escolhas a partir de hoje, porque não fazê-las? Não temos como controlar tudo, por exemplo o ar, água, solo, alimentos e outros. Mas se nós podemos escolher produtos sem esses dereguladores, então vale a pena pensar nisso em prol de um futuro saudável aos nossos filhos. A ideia é ir fazendo mudanças pequenas e graduais. Nada de radicalismo ou desespero, ok?
Veja o que a Sociedade Brasileira de Pediatria fala sobre o assunto!
Quais são as substâncias que devemos nos preocupar então?
A lista é enorme e depende de cada tipo de produto. Vou descrever os mais conhecidos e onde são comumente encontrados, sendo que essa lista pode ser atualizada constantemente, ok?
- Triclosan (produtos de higiene, medicamentos, sabão de roupa)
- Chumbo (maquiagens e tintura de cabelo)
- Ftalatos (esmalte, base, produtos de higiene)
- Bisfenois (utensílios plásticos, mamadeira, chupeta, revestimento de enlatados)
- Parabenos (remédios, produtos de higiene, maquiagem)
- Outros: Alumínio, Lilial (Butylphenyl Methylpropional), Fenoxietanol (especialmente < 2 anos), BHT (butilhidroxitolueno), Oxybenzone (benzophenone), Homosalato, Octocrylene, Ácido salicílico
- Perfumes: cada produto tem o seu cheirinho característico, né? No rótulo, estará escrito “perfume”, mas como vamos saber o que compõe esse tal de “perfume”? Por isso, melhor evitar, se não estiver descrito quais são os componentes desde perfume
- Óleos essenciais não indicados para crianças: hortelã-pimenta, alecrim, canela e eucaliptos glóbulos (lavanda e malaleuca podem estar associados também, então se puder, evite)
Conclusão
Pensa na quantidade de produtos que usamos no dia-a-dia: shampoo, condicionador, sabonete, hidratante, algodão, absorvente, cotonete, lencinhos umedecidos, fraldas, demaquilantes, óleos essenciais, repelentes, protetor solar, perfumes, desodorante, esmaltes, maquiagem, remédios (!) e por aí vai! Pois bem, TODOS podem conter substâncias químicas que mexem com os hormônios. Sabe o que é pior? A grande MAIORIA deles tem e são substâncias que são liberadas no Brasil e às vezes já proibidas em outros países.
Atenção às populações de maior risco: mulheres que querem engravidar, gestantes, crianças pequenas (menores que 2 anos) e adolescentes em fase de puberdade devem ter cuidado ainda maior em relação aos produtos utilizados, pois são considerados mais susceptíveis!
De novo, não é motivo de desespero ou sair jogando tudo fora! MAS é motivo para pensar nisso (se fizer sentido para você) e ao comprar novos produtos, fazer uma pesquisa antes de comprar qualquer um.
Lembre-se, sem radicalismos, mas sim consciência das nossas escolhas.